sexta-feira, 8 de março de 2019

"Intolerâncias"



"Intolerâncias"
Ódio que cega as retinas
Fundamentos sem alicerce que transpõe às esquinas
Feminicídios que exterminam meninas
Ou que ferem a pele e atingem a alma
Ódio cego que cerra as retinas
Verdades absolutas cheias de mentiras conservadoras
Gritos de negros, de migrantes ou de retirantes
De pessoas que são contrárias que não são provedoras
Dos holocaustos que permeiam a cidade
Ódio velado, desvelado em campanhas eleitorais
De candidatos tacanhas, falsos moralistas, boçais
Fala-se em Deus e em religião
Mas à Espiritualidade Yorubá se prefere dizer não
Desgraçam terreiros, se abrem berreiros
E ninguém quer ouvir
É necessário sentir
Tomar postura acertada
Não manter a boca calada
E ligar aos ouvidos potente antena
Não se permitir ficar fora da cena
E saber gritar: #ELENÃO
Chibatas e chicotes ainda despedaçam costas africanas
Chibatas sem pontas, mas cheias de voz
Pra jogadores negros: bananas
E o que resta além de voltar ao pó?
Afinal dizem que foi de lá que viemos
Da costela de Adão
E se você pensar o contrário, fazem da tua mente prisão
Te aprisionam sem grades num mundo insano
Te fazem entrar pelo cano
E se misturar com o esgoto mais fétido
Acumulado ao longo dos anos
Ódio sem nenhum motivo, mas que motiva as massas
Contra gays, lésbicas, negros, nordestinos e todas as raças
Que não são caucasianas, brancas, louras ou pálidas
É esta a Rosa Cálida que o Vinícius trouxe de Hiroxima
A Rosa sem Rosa que explode na mina:
Bombas milicianas plantadas no asfalto
E que o Senhor Nosso Deus sem nome e sem nada, olhe do alto
E que venha no cavalo de Ogum empunhando uma espada
Fazer justiça vinda do além, do céu, paraíso, esferas ou nirvana
E desfaça está prática insana
Chamada ódio, preconceito ou Intolerância
Para que nossos novos pequenos ainda na infância
Aprendam o valor da igualdade
Sejam contra a maldade
E plantem rosas cheias de perfume agradável
Isto é ainda inimaginável
Mas há de acontecer...
Fez-se voz o tal do Mahatma
Fez-se voz o tal do Mandela
Rogéria deixou a mensagem dela
E o Obama, negro, governou a América
Professores, artistas, cidadãos atuantes
Que nada tem de populistas, são sim militantes
Gritem bem alto a favor da união
De todos os povos, ideologias e de qualquer religião
Que é impossível viver em meio ao ódio
Que já se tornou um ópio
E pra sempre repitam: #ELENÃO

Rodrigo Augusto Fiedler

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