"Fahrenheit 451"
Trocam-se compêndios de Filosofia por Bíblias ditas Sagradas
Faz-se do pensamento, um oceano de mentes fechadas
São abolidas disciplinas de Humanas
Medidas todas insanas
Mas o Hino se deve cantar!
Não se conhece o Sérgio, o Freire ou o Darcy
Em nada se parece com o sonho que conheci
de ensinar com Autonomia
Bem longe desta proposta fria
De oprimir quem já é mais que oprimido
De oferecer ao povo abstido
mais que o pão que pode ser Circo!
Fala-se em armas, segurança e muita Ética
Como se proteção transcendesse à Estética
Da família perfeita em volta da mesa de Doriana
Não se percebe que a violência, além de gerar violência
É talvez nosso maior drama
E não são com armas que devemos lutar
Onde estão os livros?
Que fim foi dado aos cadernos?
Onde estão os professores atuantes?
Por que o silêncio dos militantes?
Que fim levou a Pedagogia?
O que fizeram com a Sociologia?
Alguém ditou: coisa de Comunista!
Apologia Socialista!
"Esquerdopatas" gerando ideologias...
E a Direita de um tal de Olavo mais fria
Contando vantagens lá da Terra do Tio Sam
Escolhe-se pela truculência
Aborta-se toda ciência
Queimam-se livros em Praça Pública
Fahrenheit 451
E no fim só sobrou a Bíblia e a Damares
Todo resto subiu como fumaça aos ares
E as narinas intoxicadas
Muito antes pessimamente doutrinadas
Não sentiram o calor do fogo...
Que infelizmente não veio do inferno
Que queimou do varão ao inverno
E entorpeceu nossas mentes pacatas
Coibiu todo tipo de passeatas
Fahrenheit 451
Rodrigo Augusto Fiedler
Muito bom! Realidade?
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