quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Beethoven

"Quando a música sequer precisa ser ouvida - Ludwig Von Beethoven - um gênio que não ouvia nem suas próprias músicas"
Artigo para a Coluna Periódica "Uma viagem musical de A a Z" do Portal Grupo Busca da Verdade
Beethoven nasceu num período interessante para a Alemanha, no fim de 1770, mais precisamente, dia 17 de dezembro!
O fim do século XVIII trazia em si a queda de duas escolas artístico-literárias e músicas: o Classicismo e o Arcadismo. Nascia, porém, o Romantismo - de Schiller, Goethe, etc...
Beethoven nasceu na cidade de Bonn, primeira capital da Alemanha Ocidental, mas sua infância e batizado fora no Reinado de Köln (ou Colônia) anos mais tarde, tendo sido anexado pela República de Weimar, ou seja, a Alemanha.
Segundo mais velho de sete irmãos, por questões ligadas ao excesso de violência alcoolista do pai e abandono da mãe, acrescido à morte da primogênita em 1869, Ludwig precisou cuidar dos irmãos como se deles fosse tutor ou pai.
Pianista e multinstrumentista prodígio, antes dos 10 anos já mostrava seus dotes de músico autodidata. Beethoven nos surpreende pela sua independência: "O resumo de sua obra é a liberdade", observou o crítico alemão Paul Bekker (1882-1937), "a liberdade política, a liberdade artística do indivíduo, sua liberdade de escolha, de credo e a liberdade individual em todos os aspectos da vida".
Mesmo assim, Beethoven, ainda moço se torna um nacionalista (faceta do Romantismo) e, diferente de outros compositores (Mozart e Bach, por exemplo) jamais se associou a cortes ou religiões. Como fora dito, Beethoven era um homem excêntrico, de hábitos demasiadamente simples, dado às bebedeiras e prostituição - tanto que nunca constituiu uma família, embora tenha vivido muitos amores impossíveis.
Na infância e juventude, Ludwig sofrera demais de maus tratos, apanhou muito na região da cabeça o que pode, certamente, ter trazido problemas otorrinológicos ao compositor.
Por muito tempo Beethoven negou a própria surdez, motivo de vergonha. Mas, num dia, no alto de seus trinta e poucos anos, Ludwig, dando aulas de piano para uma duquesa austríaca, percebeu que já não ouvia nem sequer sua própria música.
Beethoven tinha em sua mente as frases melódicas de "Sonata ao Luar" e a reescreveu na partitura usando de um dos artifícios mais emocionantes de sua história: Beethoven fechou a calda do piano, encostou a testa na base de madeira e compôs a suíte apenas com o vibrato da madeira, correspondente à casa nota tocada.
Um episódio interessante e que cabe bem nessa biografia foi que Beethoven nos deixou 9 sinfonias inteiras para concerto em orquestras completas (cordas, sopros, metais, piano e percussão)
Uma delas, a Heróica, retratava, por meio da música a fantasiosa vitória dos arianos contra o exército napoleônico, mas isso não aconteceu. O exército francês derrotou a Alemanha e seguiu para o Norte, em busca dos fronts de batalha russos.
Napoleão perdeu esta batalha e com ela a guerra, foi exilado, e a Rússia, pela primeira vez se sagra como grande nação bélica.
Tchaikovsky, compositor da corte dos czares compõe uma sinfonia provocativa para Beethoven e o Estado Alemão: batizou-a de A Patética.
Outro fator interessante foi o processo de construção da nona sinfonia. Ela fora composta com Beethoven 100% surdo e, com isso, ele se deteve na construção por meio de percussões. Seu sobrinho, músico limitado, precisou "se virar" para reescrever aqueles toques e batidas na madeira para a pauta de composição e partitura. Schubert, grande amigo do músico e "spala" (primeiro violinista) da orquestra de Viena corrigiu as pautas e fez da partitura algo legível.
Como a nona sinfonia tinha a "amizade" como base de sua ideia, o poeta Schiller, redigiu a letra dos corais de Ode to Joy, um dos "andantes" mais brilhantes da peça. O poema "An die Freude" era uma elegia à amizade.
Beethoven envelhecido, mesmo aos 56 anos, não conseguiu reger a primeira exibição da "Nona"...
Totalmente surdo e enlouquecido, desviou-se da partitura e causou um mal estar enorme com os membros da orquestra. Nisso, Schubert larga o violino, dirige-se ao púlpito, encaminha Ludwig ao médico e rege a maior sinfonia de todos os tempos. A tristeza de ver seu chefe e inspirador naquele estado faz com que ele, Schubert, não termine sua sinfonia mais bela: a oitava, que recebeu o "apelido popular" de A Inacabada...
Beethoven teve um amor às escondidas com sua cunhada, a quem chamava de Minha Amada Imortal...
Vejam a carta que Beethoven, ultra-romântico deixou para a posteridade...
Segue trecho da carta! 
"Meu anjo, meu tudo, meu próprio ser – Hoje apenas algumas palavras à caneta (à tua caneta). Só amanhã os meus alugueres estarão definidos – que desperdício de tempo... Por que sinto essa tristeza profunda se é a necessidade quem manda? Pode o teu amor resistir a todo sacrifício embora não exijamos tudo um do outro? Podes tu mudar o fato de que és completamente minha e eu completamente teu? Oh Deus! Olha para as belezas da natureza e conforta o teu coração. O amor exige tudo, assim sou como tu, e tu és comigo. Mas esqueces-te tão facilmente que eu vivo por ti e por mim. Se estivéssemos completamente unidos, tu sentirias essa dor assim como eu a sinto. [...] Nós provavelmente devemos nos ver em breve, entretanto, hoje eu não posso dividir contigo os pensamentos que tive nos últimos dias sobre minha própria vida – Se os nossos corações estivessem sempre juntos, eu não teria nenhum... O meu coração está cheio de coisas que eu gostaria de te dizer – ah – há momentos em que sinto que esse discurso é tão vazio – Alegra-te – Lembra-te da minha verdade, o meu único tesouro, o meu tudo como eu sou o teu. Os deuses devem-nos mandar paz... Teu fiel Ludwig"

A imagem pode conter: 1 pessoa
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário