quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

"Por entre Sonhos e Jogos"

"Por entre Sonhos e Jogos"
Interessante quão tortuosos os caminhos que levam para donde jamais saberemos voltar
O embaralhado de cartas que nunca foram marcadas e que não formam as sequências lógicas de um "street flash"
Peças às milhares de um quebra-cabeças cuja paisagem ninguém conhece e que nunca foi vista antes - nem nos mapas do absurdo
Palitos coloridos desconexos e sobrepostos rendidos ao chão que ninguém consegue pegar
Sonhos noturnos que se sonham acordados sem as doses de rivotril
Medo
Incerteza
Caos
Mas por incrível que pareça
Nestes cenários à beira da psicopatia
Existe uma certeza
Que de tão certa inibe as mãos
Proíbe os toques
Relega-os ao coração (que não sonha as fantasias do inconsciente)
Que de tão puro lhe mantém - distante e decente
Não se misturam as plataformas de uma velha e conhecida estação
Donde se parte, onde se chega
Não há ilusão
Ao menos... não há mais!
Trabalhar dando asas ao incerto como quem escolhe as cartas para arriscar um blefe
Insistir em ficar por perto
Como quem se entende "entendendo" as ininteligíveis peças do puzzle de mais de 1000 peças (todas tão iguais...)
Perda
Labirintos
Minotauros
Para no final ser devorado por sua própria concupiscência
Jogos de riscos que desafiam a ciência
Que não são tão simples como ordenar cartas, agora sim marcadas, nas carreiras da paciência...
Tudo é proibido
Arriscado
Inibido
Calado, embora sentido
Sentidos vitais egressos do pulsar das veias que correm nos braços
Que preferem silenciar o abraço
Que não deve ser dado
Há de ser evitado
E mergulhar sem censura no efeito narcótico
Do Rivotril que lhe faz menos psicótico
E lhe garante que os sonhos - nem tão tolos assim
Fiquem relegados ao mais profundo inconsciente
Subconsciente
Que não estimula a gente
A trocá-los por verdades efêmeras
Rodrigo Augusto Fiedler

Nenhum comentário:

Postar um comentário