quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Música, Rock e Depressão!

Música, Rock e Depressão!
Além de estar entre males de ordem, inclusive, habituais e comportamentais, sabe-se que a Depressão é uma patologia (doença), ou seja, uma enfermidade do cérebro, das sinapses neurais, do sistema límbico (campo do hipotálamo responsável por estímulos primitivos dos instintos, entre eles os afetivos e sexuais) devidamente comprovada e catalogada pela OMS. No Brasil, os números falam em 5,8% de depressivos e, enquanto no mundo em geral, as incidências de suicídio egressos da Depressão caem, em média, 7,4% ao ano, no Brasil esta curva está invertida: há um crescimento anual de algo próximo a 9% nas amostragens dos casos de suicídio, tentativas de autoextermínio e desistência mórbida pela vida num público avaliado que se situa nas faixas que vão dos 16 aos 25 anos. É alarmante.
Fatores como o aumento desenfreado das tecnologias, impessoalidade, excessos e abusos de Redes Sociais, distanciamento humano do jovem com seu entorno, assim como uma proposta massacrante de cobrança por resultados (desde um corpo dito perfeito - e magro até resultados brilhantes no Ensino Médio e seus posteriores vestibulares ou resultados corporativos brilhantes) encabeçam, quase que com certeza absoluta as relações de causa e efeito. Porém não são apenas fatores externos que desencadeiam os Transtornos de Depressão e Ansiedade, Bipolaridade e Borderline. Carências de sais minerais, como o Lítio e o Valproato de Sódio, disfunções nas descargas de Endorfina e Dopamina, bloqueios nos sistemas receptores de Serotonina também são responsáveis pelo avanço destas comorbidades. A Dependência Química e Alcoólica que tanto destroem os neurônios e que tanto afetam o campo cognitivo também são fatores verificados como causa (não que não estejam - também - ligados à consequência)dos possíveis e dramáticos transtornos mencionados neste artigo.
Interessante são os mitos, lendas e tabus que cercam tudo isso: por diversas vezes, uma observação dentro de um possível médio ou longo espaço de tempo (Depressão e seus pares não acontecem do dia para noite) faz com que as pessoas do entorno do indivíduo adoecido, interpretem muito mal o que seriam evidências da doença. Questionamentos ligados à falta de autoestima, problemas com higiene, excesso de sono, indisposição para trabalhar e/ou produzir, compulsões ou anorexias alimentares, pensamentos persecutórios e, em alguns casos, crises agudas de pânico são facilmente avaliadas por ignorantes do assunto como "vagabundagem e desleixo". Sabemos que não é nada disso!
Entretanto, por mais que alguns dos fatores patológicos explicitados por aqui não possuam cura, caso, por exemplo das Dependências Químicas e Alcóolicas, Depressões Crônicas, Transtornos Afetivos Bipolares e Ansiedade na esfera da Euforia aguda, assim como os casos de Borderline, para todos estes casos existe, mesmo que diminuta, uma boa chance de tratamentos eficientes, equilíbrio e retorno às atividades produtivas. Para quase todos estes casos o ideal seria, sim, um tratamento multiprofissional, com pleno acesso a médicos, psicólogos, assistentes sociais, corpo de enfermagem, terapias ocupacionais, etc. O Sistema Único de Saúde, o SUS, mantém em quase todos municípios do Brasil, ou ao menos em zonas distritais, ambulatórios com este escopo - os CAPS, CAPS AD e CAPS IJ (Centro Atendimento Psicossocial, Álcool e Drogas e Infanto-juvenil). O atendimento é emergencial e os encaminhamentos são rápidos e precisos.
Mas o tema deste artigo não se relaciona diretamente com as potentes ferramentas de trato e acolhimento dos doentes vitimados por estas comorbidades. Em tom de testemunho, gostaria de esclarecer que, de fato, fui vítima de muitos destes processos degenerativos e que, com o auxílio da música constante, no meu caso, do Rock, tive mais facilidade em reagir, num espaço bem mais curto do que o previsto e, ainda de forma breve, atingir um equilíbrio mental e psicossocial não experimentados antes.
Rock é adrenalina. É dopamina pura, Endorfina... causa descargas de prazer e, com estas descargas, fui encontrando um ambiente de conforto dentro do meu cérebro, nos meus sentimentos, sentidos e sentires.
O impacto mais agressivo do Rock , em conjunto com meus tratamentos (espirituais, medicamentosos e terapêuticos) me motivou - e muito - a fazer movimentos contrários: abrir janelas, portas, ficar ao alcance da luz. Motivou-me a banhos mais higiênicos, a fazer a barba e, por fim, gostar um pouco mais de mim.
Concluindo, além de tudo isso, sou seguidor da Filosofia dos Doze Passos que as Irmandades Anônimas empregam para garantir ao enfermo, pelo menos mais vinte e quatro horas de serenidade e sobriedade.
Sim, há vida depois dos transtornos e ela está ao alcance de suas mãos. Busque ajudas: ortodoxas e alternativas, busque fontes de prazer e aproveite para, em breve, viver uma vida equilibrada e saudável!
Professor Rodrigo Augusto Fiedler do Prado
Especialista em Alfabetização e Letramento
Aluno de Educação Especial e Inclusão!

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