quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Pink Floyd II

Rodrigo Augusto Fiedler
Para se pensar e compreender Pink Floyd muito além dos Hits
(Artigo escrito especificamente para a Coluna Periódica "Uma viagem musical de A a Z" do Portal Busca da Verdade - https://gbuscadaverdade.org)
Texto de Rodrigo Augusto Fiedler
Para a grande maioria do público roqueiro, e digo isso com propriedade, o Pink Floyd se resume em alguns trabalhos do Meedle (Echoes e San Tropez, por exemplo), no Dark Side, integralmente, no Atom Heart Mother (Summer 68), Wish Were Here, integralmente e em alguma coisa do Animals (Dogs, Pigs, Pigs of Wings...) e, lógico, do The Wall.
Legal, já é alguma coisa. Mas alguém tinha de vir falar que o Pink Floyd é e sempre foi muito maior que isso. Uma banda que não deve e nem pode ser ser rotulada por coletâneas. É necessário e se faz mister um mergulho mais profundo.
Na verdade, pela minha ótica, são algumas fases distintas, todas elas com características incríveis.
1. A fase Barret com dois excelentes discos psicodélicos lançados numa seara em que quem mandava eram os Beatles do bom Revolver, Sargent Peppers, Álbum Branco e Abbey Road. Ou seja, de 66 a 69. Stones com O Banquete dos Mendigos, Stick Fingers e Let it Bleed.
Poxa, Barret conduziu The Pipe Gates e o belo Sacerful of Secrets em plena segunda metade dos anos 60 e, além dos Beatles e Stones, tinha toda uma geração Flower - Power pela frente.
Num segundo momento, com a entrada de Gilmour, vieram discos profundos e difíceis como Obscured By Clouds e Ummagumma, álbuns experimentais que, nem de longe, estavam procurando ou precisando de vendagens astronômicas.
Logo em seguida, talvez um dos discos mais importantes do Floyd: Atom Heart Mother, o disco da transição...
O Floyd deixava de ser uma banda dada aos experimentalismos e se focava na composição de Rocks Alternativos, SIM, porém de alma progressiva.
2. Aí veio a segunda grande fase, com Dark Side, o mítico disco de tantas lendas, o Wish You Where Here, abordando temas como homenagens e saudades de Barret (já diversas vezes internado por conta de uma esquizofrenia precoce, egressa do uso e abuso de LSD, ópio, e outras drogas perturbadoras. A trilogia da segunda e curta fase se dá em 76 para 77 com a gravação do Poderoso Animals... (músicas ambientalistas, quase todas de protesto, regidas pela mão pesada de Roger Waters).
Com o The Wall inicia uma curta terceira fase. Waters resolve se destacar na banda, lança um disco conceitual narrado em primeira pessoa, aborda abandonos, abusos, assédios morais escolares, sistemas fundamentalistas, uso de drogas, etc... complementa o trabalho com o quase "solo" The Final Cut e a banda rompe: todos para um lado e Waters de outro. Muitas brigas por conta dos direitos autorais, egos inflados, um Waters egocentrado e um Gilmour, por outro lado, defendendo o que e com quem ficaria o legado de Pink Floyd.
3. Waters saiu para mediana (porém não medíocre) carreira solo, gravou 3 ou 4 discos de bom sucesso e o trio formado por Gilmour, Rick e Nick retomaram as canções de âmbito progressivo e fizeram Momentary Lapse of The Reason, o excelente ao vivo The Delicate Sound of Thunder e coroaram sua vitória com Division Bell e a megaturnê Pulse, que rendeu um disco ao vivo, considerado pelos técnicos e entendedores um disco ao vivo superior inclusive ao "Live & Dangerous" do Thin Lizzy.
Endless River é um disco de extras, gravado para homenagear Rick que, infelizmente, nos deixava, vítima de um poderoso câncer.
O Pink Floyd não aceitou se reunir para o Live Aid de 1985, com isso, o Queen foi a banda principal do Line Up.
Em 2005 eles toparam se unir e, mesmo sem grandes ensaios ou amizades, subiram ao palco juntos e consolidaram a ideia que já se podia ter a respeito deles.
Realmente: sensacionais e muito maiores do que a marca Pink Floyd...
Incrível!

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