quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

"Everybody Hurts"

Todo mundo sofre (se magoa)"
(Everybody Hurts - REM)
Lembro de um tempo em que só havia sorrisos
Risadas fúteis, muitas vezes
Gargalhadas que desatavam os nós da garganta que não eram simples nós de gravata: eram, diminutas forcas que com sua maldade, passo a passo nos levavam a prematura morte espiritual.
Sofremos, choramos, recuamos para longe do sol e nos escondemos num estranho casulo interior que não nos permite ver além das nossas núvens de culpas e ressentimentos.
Sofremos, choramos, quase sempre
Porque perdemos
O gosto do brilho e a coragem necessária para atingir-se a vitória
Mudar nossa história e escrever um final feliz...
Sofremos, choramos, morremos
Mesmo vivos, a carga pesada de uma vida que não merece ser vivida, pelo menos não assim e que
não tem meio, começo e nem fim,
Não tem parada, refugo, recuo
Nada
Vida vazia controlada por Prozac e diazepam
Felicidade farmacológica
Abstida de lógica
Um espaço no qual não moram verdades
Onde imperam as fantasias
Um espaço no qual tudo é saudade
E que felicidade é hipocrisia
Sofremos, choramos, morremos
Ressuscitamos
Nem mais e nem menos
Uma chance de lavar o rosto em água corrente
Perceber-se ser gente
Seguir em frente
E não olhar para traz
Rodrigo Augusto Fiedler do Prado
Novembro de 2019

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