segunda-feira, 6 de maio de 2019

"Uma Crônica Corinthiana"

Uma Crônica Corinthiana!
Corinthians meu amor! Corinthians minha vida...
Passado por passado, o Timão revolucionou a história do futebol do Terceiro Mundo com sua Democracia nos anos 80. Um time que amargava as dificuldades de um clube dirigido de forma provinciana e feudalista, finalmente deu seu Grito de Chega! e mudou o futebol. Adilson Monteiro era o líder carismático: o Gorbachev corinthiano; Mário Travaglini era o maestro, dono de uma batuta impecável. Os jogadores jovens do interior, e nomes consagradíssimos como Sócrates e Zenon fizeram questão de assumir função de Spala e Primeiro Pianista da orquestra... 
Solito, Alfinete, Mauro, Daniel e Vladimir; Paulinho Bozo, (Eduardo Amorim), Sócrates e Zenon; Biro-Biro, Casagrande e João Paulo (Ataliba Gaguinho) eram harmônicos e filarmônicos.

Foram bicampeões paulistas e nunca se preocuparam com o rótulo de "ganhadores de títulos". Jogavam bola por diletantismo e não por obrigação. E foi assim que naquela tarde de dezembro de 1982 eu, com apenas 8 anos, das numeradas do Morumbi, vi, depois de um toque genial de Sócrates, o então ex-juventino Ataliba Gaguinho partir com bola dominada da intermediária do São Paulo, fugir da intervenção faltosa do maldoso Getúlio, passar por entre Oscar e Dario Pereira (dois dos maiores zagueiros sul-americanos de todos os tempos) e marcar na saída desengonçada de Valdir Perez...

Elis estava lá... em espírito e verdade, assim como a Rita Lee estava lá... de corpo presente!
Os deuses do futebol estavam lá, conspirando pela vitória alvi-negra contra o famigerado São Paulo de tantos craques e títulos. O mundo estava lá conspirando para que a arrancada de Biro-Biro pela lateral esquerda, tirando marcador e arrematando para que o gol de fato se convertesse - e se converteu! O Timão democrático e filarmônico venceu o jogo e se tornou, mesmo com 23 anos de fila, o maior campeão paulista de todos os tempos.

Do céu, cantou Elis...
Solto a voz, nas estradas, já não quero parar... meu caminho é de pedra, já não posso sonhar, sonho feito de brisa, vento vem terminar, vou cantar o meu pranto, já não posso parar!

Rodrigo Augusto Fiedler

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