quinta-feira, 23 de maio de 2019

"Eu acredito no Amor" (Crônica)

Sou um cara que sempre acreditou no bem. Sempre procurei ver nas pessoas o seu lado bom, e, quando esta bondade não era latente, eu criava na minha mente "adocicada" uma imagem boa e pertinente das pessoas que me cercavam.
Com isso, fiz várias escolhas erradas, estive com pessoas de caráter duvidoso (que só eu não via por muito tempo). Basicamente, impulsionado por uma carência patológica, o bullying que sofri na infância, a necessidade sempre latente de fazer parte de algo onde eu fosse o destaque, me permiti seguir caminhos que me levaram a um processo gravíssimo de autodestruição. Drogas, álcool, depressão, ansiedade, princípios de Borderline, insegurança, medos, síndromes do Pânico, paranóias e complexos graves de inferioridade tomaram minha vida dos 17 anos aos quase 40.

Poderia e deveria ter aprendido muito com isso tudo e, inclusive, ter me tornado um homem cético - mas não! O que talvez tenha sido solucionado foram os episódios de Pânico, as Fobias Sociais, os Transtornos Borderline, as Paranoias e a Síndrome de Inferioridade. Mas continuo, exatamente como há 25 anos atrás olhando para as pessoas e "idealizando" o que elas "podem ter de melhor". Eu sou um homem tão bom na essência do meu eu que não consigo ver a maldade e outros comportamentos escusos no outro. Eu ainda acredito no ser humano e talvez seja esta uma brecha para eu me ferir ainda por algumas vezes na minha linha da vida.

Mas tudo na vida são escolhas e eu prefiro ver a rosa em botão e talvez me ferir com os espinhos, do que ver a morte da rosa. Ou, como dizem os Titãs, Flores de Plástico não morrem, (mas também não ferem...)

Este sou eu, um eterno ilusionista da busca pelo bem. E sabe o que é mais legal? Que dê um tempo para cá, quando entrei em recuperação e passei a evitar, obrigatoriamente, algumas pessoas, meus dedos se feriram muito menos ou quase nada.
Eu acredito no Amor!


Rodrigo Augusto Fiedler

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