segunda-feira, 13 de maio de 2019

"Mais Valia"

"Mais Valia"
Tudo que vejo às seis da manhã
É uma manada entorpecida de um sono mal dormido
Apressada de um forma tão vã
Correndo só para poder dizer ter cumprido
Com o horário capitalista
Com um hábito que beira o moralista
Que é se permitir à "mais valia"
Ser explorado de forma bem fria
E agora, sem direitos trabalhistas
Que ao menos poderia ser um alento
Para, num melhor momento
Mesmo que por um instante, a vida melhorar...
E deu-se fim à aposentadoria
É, de novo, a implementação da "mais valia"
Exige-se que se trabalhe uma vida inteira
É da loucura esquizofrênica do capital, só a beira
Tira-se o direito do dominó gostoso
Do fim de tarde do coitado do idoso
Porque ele tem de trabalhar...
E quem legisla em causa própria se exime
Simplesmente ficou de fora
Somente alguns anos de mamata
Pra logo chegar a hora
De poder se mandar
Pra Guaratiba, Angra dos Reis ou Guarujá
E de lá poder de sua lancha possante
Observar este povo ignorante
Que nunca mais
Há de parar de trabalhar!
Rodrigo Augusto Fiedler

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