quinta-feira, 5 de setembro de 2019

"Quem eu invento?"

"Quem eu invento?"
E se eu me confundisse
E, de repente, misturasse
Mesmo que embora decente
Ainda assim me apaixonasse
Pela menina sem nome que tanto lê as minhas poesias
Personagem surreal que sempre me faz companhia
Alguém que muitas vezes invento
Para percorrer o tempo e o vento
Que de mãos dadas vai comigo ao infinito
Nada, acredito
Poderia ser mais singelo ou bonito
Mas, o fato é que não habita a vida real
Este ser sublime distante do mal
Que com tão pouco me propõe sedução
Um prazer sem medidas, ah, não existe não
É distante das pessoas reais
Que têm problemas, às vezes até mais
Do que aqueles que acredito que possuo calado
Não reclamo mais deles, pois já estou enjoado
Magoado
Castrado
Um passo tênue para tornar-me alienado
Anjo caído e numa esquina drogado
Com o nectar fugido da sedução vazia
Da solidão - verdadeira - e tão fria
Abstinência do ópio da alegria...
Não sei se na verdade, as pessoas
Que invento pra amar, inexistentes, são boas
Ideias para complementar a solitude
De um alguém que escolhe a mais inatingível altitude
Para poder, mesmo sem asas voar!
Rodrigo Augusto Fiedler

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