"Na Verdade"
Eu, na verdade, sou, depois de velho, um menino triste
Foge-me o riso em momentos oportunos
Excede-me as lágrimas em noites de verão
Embaçada me ficam as retinas
E não consigo ver o pôr do Sol
Foge-me o riso em momentos oportunos
Excede-me as lágrimas em noites de verão
Embaçada me ficam as retinas
E não consigo ver o pôr do Sol
Eu, na verdade, sou, depois de velho, um menino assustado
Foge-me a coragem em dias de luta
Excede-me tremores em manhãs absolutas
E não consigo ver o nascer do Sol
Foge-me a coragem em dias de luta
Excede-me tremores em manhãs absolutas
E não consigo ver o nascer do Sol
Eu, na verdade, sou, depois de velho, um menino solitário
Fogem-me as companhias em domingos de festa
Excede-me o isolamento em tardes de folga
E não consigo dar um brinde à vida
Fogem-me as companhias em domingos de festa
Excede-me o isolamento em tardes de folga
E não consigo dar um brinde à vida
Eu, na verdade, não sou, depois de velho, quase nada
Fiquei vinte anos perdido na estrada
E tenho paúra de recomeçar pelas portas da frente
Não que eu não queira ou não tente
Simplesmente, te digo
Meu caro amigo
Que, ainda por hoje, não consigo
Prefiro resguardar-me no abrigo
Encontrar com o verdadeiro Rodrigo
Que ainda está escondido
Entre lágrimas e solidão!
Fiquei vinte anos perdido na estrada
E tenho paúra de recomeçar pelas portas da frente
Não que eu não queira ou não tente
Simplesmente, te digo
Meu caro amigo
Que, ainda por hoje, não consigo
Prefiro resguardar-me no abrigo
Encontrar com o verdadeiro Rodrigo
Que ainda está escondido
Entre lágrimas e solidão!
Rodrigo Augusto Fiedler
Nenhum comentário:
Postar um comentário