"Deus e o Deserto"
Arrastando por entre areias escaldantes de um deserto que eu mesmo criei
Passei a ver miragens
Toda sorte de imagens
E mesmo assim, não via Deus
Passei a ver miragens
Toda sorte de imagens
E mesmo assim, não via Deus
Via tuaregues e beduínos distantes
Exércitos de areia e vento
Tempestades de gafanhotos a todo tempo
Via até palmeiras de um oasis que não existia
E mesmo falsas, essas imagens traziam alegria
E mesmo assim, não via Deus
Exércitos de areia e vento
Tempestades de gafanhotos a todo tempo
Via até palmeiras de um oasis que não existia
E mesmo falsas, essas imagens traziam alegria
E mesmo assim, não via Deus
Meus pés sangravam, cozidos pelo calor
Estava adormecido, não sentia mais dor
Areia e sol por toda parte, não havia uma só flor
E mesmo assim, não via Deus
Estava adormecido, não sentia mais dor
Areia e sol por toda parte, não havia uma só flor
E mesmo assim, não via Deus
Acordei num casebre distante
Havia o que beber, curativos e a febre incessante
Baixava com gases embebidas num pouco d'água
Não tinha razão mais para sentir qualquer tipo de mágoa
E mesmo assim, não via Deus
Havia o que beber, curativos e a febre incessante
Baixava com gases embebidas num pouco d'água
Não tinha razão mais para sentir qualquer tipo de mágoa
E mesmo assim, não via Deus
E mesmo que não visse
Sequer soubesse que o divino existisse
Uma coisa era real e ia além do fato
Havia ali, comida em meu prato
Não tinha sucumbido ao deserto
Porque algo que me estava ao lado ou bem perto
Olhou o tempo todo pra mim!
Sequer soubesse que o divino existisse
Uma coisa era real e ia além do fato
Havia ali, comida em meu prato
Não tinha sucumbido ao deserto
Porque algo que me estava ao lado ou bem perto
Olhou o tempo todo pra mim!
Rodrigo Augusto Fiedler
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