domingo, 30 de junho de 2019

O Filho Pródigo

"O Filho Pródigo"
Os pipas que não empinei
Os jogos de bola que não joguei
As redações que fiz à exaustão
Os livros que li, como não?
As aulas de matemática que sempre terminavam antes do fim
As de história que não falavam de Alladin
As de ciências que nunca entendi nada
As poesias que eu fazia e deixava a professora calada
O primeiro emprego veio tão cedo
Saía de casa com receio e medo
O mundo era grande, mas eu ainda era maior
Eu era diferente, não que fosse o melhor
E cheguei na fase adulta, ora confuso
Via um mundo se fechando, se tornando obtuso
Eu procurava pelas frestas
E acabei encontrando mil festas
Saí dos trilhos e quase perdi meu caminho
Não tinha certeza se sabia voltar para o meu ninho
O mundo dos vinte anos propunha distância
De tudo aquilo que eu fora na infância
Mas no dia de hoje, maduro
Voltei a ser terno, doce e até puro
Passei sim pelo Vale das Sombras e da Morte
E, amparado por muita sorte
Voltei, como João e Maria, pela trilha que aos poucos se desfazia
De dentro da densa floresta
Para a verdadeira festa
Na qual fui recebido com amor
Rodrigo Augusto Fiedler

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